sábado, 4 de fevereiro de 2012

origem da doutrina da trindade

 
 
O verdadeiro povo de Deus precisa conhecer as Escrituras Sagradas e também a história. Há atualmente uma diversidade de ensinamentos tidos como verdadeiros. De um lado temos os ensinamentos de Deus e do outro lado os ensinamentos dos homens. Os que não pesquisam ou não se aprofundam nas investigações, acabam sendo enganados por aqueles que dizem ser os portadores da verdadeira mensagem de Deus.

É lamentável que para muitos as palavras de Jesus sejam totalmente ignoradas, pois se fossem aceitas, este estudo seria desnecessário, pois todos entenderiam que há um só Deus e esse Deus é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. As palavras de Jesus foram muito claras a esse respeito:

“E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que Tu enviaste.” João 17:3.

Certa oportunidade, um escriba perguntou a Jesus: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” O Mestre respondeu: “...Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” Marcos 12:29.

Ao Se referir como “nosso Deus”, o Senhor Jesus está chamando a atenção à todos os que buscam a salvação, que o Seu Pai é o único Deus verdadeiro.

O apóstolo Paulo, o escolhido para pregar aos gentios, também apresentou o mesmo Deus de nosso Senhor Jesus:

“Pois, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por Ele nós também.” I Coríntios 8:5-6.

Essa rejeição às palavras de Jesus e às palavras do apóstolo Paulo tem sua história. Por isso precisamos entendê-la.


1. Conhecendo a história

Muitas doutrinas foram introduzidas gradativamente pelo paganismo no seio do cristianismo durante os primeiros séculos da era da Igreja, sendo que a mais importante delas é a doutrina da trindade.

Na revista “Parousia”, ano 4 – No. 2, p. 5, editada especialmente para defender a doutrina da trindade, há um importante comentário:

“...os cristãos do segundo ao quarto século, ...foram forçados gradualmente na direção da formulação explícita da doutrina da trindade.” (grifo nosso).

Como os cristãos primitivos do primeiro século desconheciam a doutrina da trindade, esta tinha que ser imposta gradualmente pela Igreja Romana já a partir do segundo século.

Um destacado evangelista, em seu livro “O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse”, escreveu o seguinte a respeito daquele período, quando a apostasia começou a penetrar no cristianismo:

“Naquele período, a igreja cristã passou a ter conflitos internos por causa de doutrinas estranhas que pretendiam misturar-se às verdades bíblicas. Entre as doutrinas em conflito, podemos mencionar: o pecado original, a Trindade, a natureza de Cristo, o papel da virgem Maria, o celibato e a autoridade da Igreja. ...Nesse período da história, a Igreja não foi capaz de manter pura a adoração ao único e verdadeiro Deus, nem prestou obediência fiel à Sagrada Escritura. Contaminou-se com uma montanha de tradições humanas e costumes pagãos.” O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse, pp. 41 e 42 – 10ª. Edição (grifo nosso).

De acordo com a Revista Superinteressante, de março/2004, p. 28, “os primeiros cristãos, porém não seguiam o conceito da Trindade. Foi somente a partir do século 4 que a realidade trinitária de Deus passou a ser discutida na Igreja Católica. ...O Islamismo e o Judaísmo chegaram a acusar o Cristianismo de ter pervertido o monoteísmo por causa da trindade.” (grifo nosso).

As igrejas cristãs, em sua maioria, concordam que “foi a Igreja em tempos posteriores quem elaborou os detalhes da Trindade.” Revista “Parousia”, ano 4, No. 2, p. 10. Esta afirmação tem fundamento, pois foi através o trabalho dos apologistas que a doutrina da trindade começou a ser estudada e defendida no seio da igreja cristã. O apologista, Atenágoras, foi possivelmente o primeiro a defender “filosoficamente” a doutrina da trindade.

Uma grande equipe de pesquisadores, colaboradores e consultores trabalharam incansavelmente na elaboração de um livro editado pela Reader’s Digest: “Depois de Jesus, o Triunfo do Cristianismo”. Neste livro, os historiadores resgataram a verdadeira história do cristianismo dos primeiros séculos, confirmando o que os teólogos publicam na atualidade. Deste livro extraímos um fato histórico de grande relevância:

“Era o ano 177. Atenágoras fez notar que, se tantas doutrinas religiosas diferentes eram toleradas no seio do Império, seria justo que o cristianismo o fosse também. Servindo-se dos seus vastos conhecimentos de filosofia grega, explicou como a fé cristã num Deus único era semelhante ao conceito clássico da unidade de Deus. Foi possivelmente o primeiro a defender filosoficamente a Trindade, ao tentar demonstrar que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Ser. O objetivo dos apologistas foi demonstrar que o cristianismo incorporava os ideais gregos de virtude e razão. Mas alguns cristãos discordavam: achavam que a filosofia estava demasiadamente imersa na cultura pagã e recusavam-se a ver a sua fé em Jesus, recentemente revelada, apoiada por argumentos filosóficos.” Depois de Jesus, o Triunfo de Cristianismo, p. 141. (Grifo nosso).

Do mesmo livro, na página 140, lemos o seguinte:

“O mais famoso dos primeiros apologistas foi Justino, o Mártir. ...Pagão, nascido por volta de 100 em Flávia Neápolis, aprendeu filosofia grega, especialmente a doutrina de Platão, convertendo-se ao cristianismo ainda jovem.” (Grifo nosso)

A doutrina da trindade não é uma doutrina bíblica. Esta teoria não é mencionada e nem ensinada na Bíblia. Esta teoria era desconhecida pelos israelitas do Velho Testamento e pelos cristãos primitivos do Novo Testamento. Não há autoridade bíblica para a trindade.

A verdade é que os teólogos buscam nas entrelinhas das Escrituras algum gancho para defender tal doutrina, utilizando-se inclusive de meios ardilosos, tais como a prática de torcer os textos sagrados da Bíblia.

A doutrina da trindade é de origem pagã. A trindade, assim como outras doutrinas, tais como imortalidade da alma, domingo como dia de repouso, morada nos céus e muitas outras, foram gradativamente incorporadas pelos filósofos e teólogos da Igreja durante os primeiros séculos da era do cristianismo. Eles eram pagãos não completamente convertidos e tornaram-se membros da Igreja cristã. Como esses homens assumiram lugares de liderança, como professores e teólogos, a teologia da Igreja gradualmente paganizou-se. Os ensinamentos da Bíblia foram reinterpretados e ajustados para se adaptarem aos ensinamentos da filosofia pagã.

2. Origem da palavra “trindade”

O primeiro uso da palavra “trindade” em sua forma grega ‘trinas’ foi de autoria de Teófilo, bispo de Antioquia da Síria, no oitavo ano do reinado de Marco Aurélio (168 A.D.). Ele usou a palavra no segundo dos três livros que escreveu, endereçados ao seu amigo Autólico. Ao comentar o quarto dia da criação no Gênesis, ele escreveu: “Da mesma maneira também os três dias que foram antes dos luminares, são tipos da trindade, de Deus, de Sua palavra, e Sua sabedoria.” Teófilo, “Para Autólico”, The Ante-Nicene Fathers).

Tertuliano (160-220 A.D.) foi o primeiro a usar a palavra latina “trinitas”. Educado em Roma e presbítero em Cártago, Tertuliano lançou as bases da Teologia Latina, a qual mais tarde foi apoiada por Cipriano e Agostinho. Tertuliano expressou sua teologia nos termos da filosofia de Platão. Ele estava entre os primeiros a ensinar a imortalidade da alma e a tortura eterna dos ímpios. A trindade e a imortalidade da alma foram desenvolvidas dentro de um sistema de teologia por Agostinho.

Os escritos de Agostinho tornaram-se a teologia básica da Igreja Romana. Tertuliano menciona a trindade em seu livro escrito contra Praxeas que apoiava a teoria manarquiana. Ele escreveu: O mistério da dispensação ainda está guardada, que distribui a Unidade numa trindade, colocando em sua ordem as Três Pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo.” (Tertuliano. “Contra Praxeas” – The Anti-Nicene Fathers).

Na revista “Parousia”, ano 4, No. 2, p. 34, encontramos uma declaração reveladora:

“Mas talvez alguém pergunte: por que este termo (trindade) não aparece na Bíblia? Para responder a esta questão é preciso compreender que, a partir do século segundo, o centro missiológico da Igreja transferiu-se em definitivo do ambiente judeu-palestino para o mundo greco-romano. O trabalho iniciado por Paulo entre os gentios vê-se finalmente estabilizado no ambiente gentílico e começa a gravitar em torno de questões que não haviam sido levantadas no ambiente judaico. A Igreja viu-se, então, obrigada a expressar sua fé de um modo compreensível para aqueles que não vinham de uma cultura vétero-testamentária, mas tinham seu pensamento regido pelos conceitos da filosofia grega.”

O autor deste artigo confessa publicamente que a questão da trindade não havia sido levantada no ambiente judaico. Ora, se os judeus (incluindo aí o Senhor Jesus e todos os apóstolos) não ensinaram a doutrina da trindade, concluímos que esta falsa doutrina foi idealizada fora do ambiente judaico, mais precisamente pela Igreja Romana, através seus apologistas, os quais expressaram seus conhecimentos teológicos com base na filosofia grega de Platão. A partir de então o cristianismo paganizou-se, afastando-se definitivamente das orientações de Deus.

3. Controvérsia entre Ário e Atanásio

A formulação da doutrina da trindade gerou controvérsias entre dois líderes da Igreja em Alexandria, no início do quarto século: Ário (256-336 AD) e Atanásio (293-373 AD). Ário mantinha a idéia de que Jesus, embora grande, era de alguma maneira inferior à Deus. Atanásio, pelo contrário, afirmava que Cristo era igual à Deus em todos os aspectos. Em 318 AD, a controvérsia veio à tona. Ário afirmou que se Jesus era realmente Filho de Deus, então deveria ter havido um tempo em que havia um Pai, mas nenhum Filho. O Pai, portanto, era maior do que o Filho. Num Concílio da Igreja local celebrado em 321 AD, Ário e seus colaboradores foram excomungados da Igreja por causa de sua opinião.

A falsa teoria da trindade levou algum tempo para alcançar uma posição dominante na Igreja. Nesse meio tempo, o imperador Constantino tornara-se o maior partidário do Cristianismo. O imperador considerava a Igreja como uma grande força unificadora e estava ansioso para que o Cristianismo se tornasse a religião universal do Império Romano. Ele queria evitar todas as lutas internas da Igreja, arrazoando que deveria haver uma Igreja unida e conseqüentemente um império unificado.

Para buscar restaurar a unidade, Constantino convocou uma assembléia de prelados da Igreja celebrada na cidade de Nicéia, em 325 AD. Bispos e o clero de todas as Igrejas foram convidados para assistirem ao Concílio com todas as despesas pagas pelo imperador. O Concílio de Nicéia, entretanto, não era verdadeiramente representativo, pois entre os 318 bispos presentes, além de oficiais eclesiásticos menores, destes nem sequer dez bispos da região oeste se fizeram presentes. Assim, o Concílio de Nicéia foi um Concílio de Igrejas maciçamente representado apenas pela região oriental do Império.

Eusébio, conhecido como o Pai da história da Igreja, no início do Concílio ofereceu um credo com uma linguagem idêntica das Escrituras Sagradas, em vez dos termos filosóficos usados por Atanásio. Os seguidores de Atanásio percebendo que ao darem um voto para Eusébio, estariam dando um voto a Ário, decidiram rejeitar o credo. O imperador Constantino, embora ignorante com relação aos fatos teológicos em discussão, mas ansioso por alcançar unidade, apoiou Atanásio. Aqueles que não assinaram, incluindo Ário, Eusébio e Teognis de Nicéia, foram banidos e seus livros queimados publicamente.

O debate sobre o tema prosseguiu, até que em 381 AD o imperador Teodósio convocou um Concílio em Constantinopla. Foi assistido por cerca de 150 bispos do oriente. Foi neste Concílio que a doutrina da trindade tornou-se oficial em todas as fronteiras do império. Todos os que discordaram foram expulsos de seus púlpitos e excomungados de suas igrejas. Era o regime totalitário dos imperadores romanos e mais tarde da Igreja Romana. Como vimos, esta doutrina espúria foi imposta pela Igreja Romana. Desde aquela época até hoje, milhares de fiéis seguidores da Palavra de Deus são perseguidos e expulsos de suas igrejas por não apoiarem esta teoria anti-bíblica. Esta doutrina, vigente até hoje, é designada por alguns historiadores como Credo Niceno-Constantinopolitano.

Hoje, esta doutrina tornou-se o elo principal de ligação das igrejas cristãs com a Igreja Romana. Na Carta Encíclica “Ut Unun Sint”, de 25 de maio de 1995, o papa João Paulo II declarou textualmente o seguinte:

“Também surgiu entre os nossos irmãos separados, por moção da graça do Espírito Santo, um movimento cada vez mais intenso em ordem à restauração da unidade de todos os cristãos. Este movimento de unidade é chamado de ecumenismo. Participam dele os que invocam o Deus Trino ...” (grifo nosso)

A única exigência para ingressar e iniciar o diálogo ecumênico é invocar o Deus Trino. Para a Igreja Romana, as outras doutrinas como a guarda do sábado, o batismo por imersão, a crença na mortalidade da alma, etc, não interferem no diálogo inicial para a unidade dos cristãos. Segundo esse documento, as discussões serão progressivas com a finalidade de diminuir as demais divergências.

4. Definição de Trindade

Trindade é a crença na existência de um Ser divino que subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. O dicionário Webster define a palavra da seguinte maneira:

“A união de três pessoas (o Pai, o Filho, e o Espírito Santo) numa Divindade, de modo que todos os três são um Deus, com relação à substância, mas três pessoas com relação à individualidade.” Webster´s Collegiate Dictionary – 5ª. Edição.

Os trinitarianos, assim denominados os que defendem a doutrina da trindade, não crêem que as três pessoas são uma pessoa ou que as três pessoas são três deuses. Eles crêem em três pessoas que constituem um Deus.

Existem três propostas primárias envolvidas na doutrina da trindade:

a) A unidade composta de Deus

Os trinitarianos afirmam acreditar na unidade composta de Deus. Caso eles não acreditassem em um Deus único, sua doutrina seria interpretada como politeísta. Eles não crêem na unidade de Deus como é ensinada na Bíblia. Rejeitam a verdade bíblica de que existe apenas uma Pessoa que é Deus. Os trinitarianos crêem que existe uma única substância, uma inteligência e um propósito na Divindade, mas que três pessoas eternamente co-existem daquela essência única e exercitam aquela única inteligência, e único propósito.

b) A divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo

O segundo ponto que os trinitarianos buscam estabelecer é que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Tentam mostrar que cada um é mencionado como sendo Deus e que cada um possui os atributos da Divindade como: imortalidade inerente, onipotência, onipresença e onisciência.

c) A personalidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo

Os trinitarianos procuram provar que o Pai é uma pessoa, que o Filho é uma pessoa e que o Espírito Santo também o é. Cada pessoa da trindade é admitida como completamente Deus, dentro de Si mesma. Juntas, as três pessoas compartilham em comum a essência única, todos os atributos, uma substância, uma inteligência e um propósito.


5. Desmontando a doutrina da Trindade

A doutrina da trindade é baseada sobre três propostas. É como uma mesa construída sobre três pernas. Caso uma das pernas seja removida, a mesa por inteiro cairá. O fracasso na prova de qualquer uma destas três propostas apresentadas anteriormente resultará no colapso desta teoria. Para anular a doutrina da trindade, é necessário comprovar apenas um dos seguinte três fatos:

a) A unidade de Deus não é composta.
b) Jesus não é Deus.
c) O Espírito Santo não é uma pessoa.

 

 
 

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