Houve uma saída, uma decidida separação dos ímpios, uma escapada para salvar a vida. Assim foi nos dias de Noé; assim nos dias de Ló; assim aconteceu com os discípulos antes da destruição de Jerusalém; e assim será nos últimos dias. De novo se ouve a voz de Deus em uma mensagem de advertência, mandando Seu povo separar-se da iniquidade que prevalece.
A Bíblia é clara em matéria de condescendência com o pecado, associação com aqueles que o praticam, e permanência em lugares pecaminosos. Desta forma, torna-se um risco para os filhos de Deus o permanecer em lugares onde existe uma perigosíssima comunhão com aqueles que escarnecem de Deus. Mas ainda assim, existem aqueles que, após conhecerem determinadas verdades, permanecem voluntariamente no erro. Torna-se necessária uma imediata separação:
“Não vos ponhais debaixo de um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade, ou que comunhão tem a luz com as trevas?
Que harmonia há entre Cristo e Belial, ou que parte tem o crente com o incrédulo?
Que consenso há entre um santuário de Deus e ídolos? pois nós somos um santuário do Deus vivo, como Deus disse: Habitarei neles e andarei entre eles; serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Por isso, Saí do meio deles e separai-vos, diz o Senhor, E não toqueis coisa imunda; Eu vos receberei,
E ser-vos-ei Pai, E vós ser-me-eis filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso.” II Cor. 6:14-16.
Em todo o relato bíblico temos claros exemplos sobre esta matéria, uns como modelo e outros como advertência, apresentando as consequências de condescender com o pecado e com aqueles que o praticam.
Os descendentes de Sem não se misturaram com os de Cam, que habitavam na planície, mas se retiraram para as montanhas (Gn. 10:6,19,21,30,31). Abrão precisou sair de Ur dos Caldeus, Ló teve que sair com urgência de Sodoma. O povo hebreu fugiu do Egito. Os cristãos escaparam de Jerusalém, antes que a cidade fosse destruída.
Por outro lado, são muitos os casos em que, lamentavelmente, os filhos de Deus condescenderam com os filhos das trevas (Gén. 6:2; Núm. 25:1,2), e as consequências foram terríveis. Poderia ainda mencionar o fato de que as inúmeras apostasias do povo hebreu se deveram à desobediência à ordem tão clara de exterminação dos povos pagãos (Dt. 20:16-18; Jz. 1:19, 21, 27-36; 2:1-3), deixando-se influenciar ao ponto de fazerem pacto com eles.
Muito mais do que afastar-nos das cidades e lugares populosos onde abunda a pecaminosidade, temos que separar-nos até mesmo daqueles que, professando ser o povo de Deus, rejeitaram verdades bíblicas ao aceitarem erros terríveis como a trindade, e ao deturparem a doutrina da expiação, por exemplo. Tal como o povo de Israel no passado, pela falta de firmeza nos princípios da verdade, a igreja acabou por se envolver com os ímpios, através do ecumenismo, deixando-se corromper completamente.
Torna-se então necessário, a todo o crente sincero, abandonar de uma vez por todas a comunhão com estas, assim como no passado foi necessário os cristãos deixarem Jerusalém, segundo a ordem do próprio Jesus Cristo, devido à condenação que repousava sobre a cidade que o rejeitou (Luc. 21:20, 21).
Torna-se até um perigo o associarmo-nos com aqueles que uma vez foram nossos irmãos de fé, ainda que sejam nossos familiares, não aconteça que, por força desses laços de amizade, nos deixemos corromper e ser permissivos.
“Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho( não uma trindade). Se alguém vem ter convosco, e não traz este ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda participa de suas más obras.” II Jo. 9-11.
“O bom siso te protegerá, e o discernimento e guardará; para te livrar do mau caminho, e do homem que diz coisas perversas; dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas.” Prov. 2:11-13.
“Apartai-vos do meio desta congregação [Corá e seu grupo, v. 16], para que eu, num momento, os possa consumir.”
“Fala a toda esta congregação [todo o povo], dizendo: Subi do derredor da habitação de Corá, Datã e Abirão.”
“E falou à congregação, dizendo: Retirai-vos, peço-vos, das tendas desses homens ímpios, e não toqueis nada do que é seu, para que não pereçais em todos os seus pecados.” Núm. 16: 21, 24, 26.
Estes textos são muito claros!
Não há possibilidade nenhuma de comunhão com aqueles que conhecendo a verdade, se rebelam continuamente contra ela e contra os mensageiros da verdade, desprezando-os e ignorando-os, e acusando-os falsamente, enganando-se a si mesmos, e aos outros, como foi o caso de Corá, Datã e Abirão.
A ordem é “retirai-vos, peço-vos, das tendas desses homens ímpios, e não toqueis nada do que é seu, para que não pereçais em todos os seus pecados”. Afastemo-nos de tais pessoas, desviemo-nos deles, nem sequer os saudemos, nem ainda toquemos o que é seu, não aconteça que as pragas que caírem sobre suas “tendas” nos atinjam. É tempo de nos apartarmos da sinagoga de Satanás e de Jerusalém!
“Antes da destruição de Sodoma, Deus enviou uma mensagem a Ló: "Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti, e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças". Gên. 19:17. A mesma voz de advertência foi ouvida pelos discípulos de Cristo, antes da destruição de Jerusalém: "Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes". Luc. 21:20 e 21. Não deviam demorar-se para conseguir coisa alguma de suas posses, mas antes aproveitar-se da oportunidade para fugir.
Houve uma saída, uma decidida separação dos ímpios, uma escapada para salvar a vida. Assim foi nos dias de Noé; assim nos dias de Ló; assim aconteceu com os discípulos antes da destruição de Jerusalém; e assim será nos últimos dias. De novo se ouve a voz de Deus em uma mensagem de advertência, mandando Seu povo separar-se da iniqüidade que prevalece.
O estado de corrupção e apostasia que nos últimos dias existiria no mundo religioso, foi apresentado ao profeta João, na visão de Babilônia, "a grande cidade que reina sobre os reis da Terra". Apoc. 17:18. Antes de sua destruição será feito do Céu o convite: "Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas". Apoc. 18:4. Como nos dias de Noé e Ló, tem de haver uma separação distinta do pecado e pecadores. Não pode haver transigência entre Deus e o mundo, nem um retrocesso para se conseguirem tesouros terrestres. "Não podeis servir a Deus e a Mamom." Mat. 6:24.” Patriarcas e Profetas, págs.166,167.
Irmão Anderson.