A Mensagem de Cristo para a primeira Igreja Cristã
“Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e tua paciência, e que não podes carregar o que é mal, e puseste à prova os que dizem ser apóstolos [ministros] e não o são e tu o achaste mentirosos.”, disse Jesus. “E sofreste e tiveste paciência, e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste.” (Apocalipse 2: 2 e 3).
A primeira Igreja Cristã iniciou sob o poder da “chuva temporã” do Espírito Santo (Atos 2). A Igreja última ou remanescente finalizará a obra sob o poder da “chuva serôdia” do Espírito Santo. (Oséias 6:
3, Atos 2: 17 e 128, Apocalipse 18).
Homens devotos confessam a culpa pela morte de Cristo
No dia de Pentecostes, quando o apóstolo Pedro pleiteou com o povo para o arrependimento e para que fossem batizados, “em Jerusalém estavam habitando judeus, homens devotos, de todas as nações que estão debaixo do céu.” (Atos 2: 5). Perceba que Pedro estava falando à multidão de homens “devotos”.
O dicionário Strong’s Greek declara que a palavra “devoto” como “eulabes” significa: “cuidadoso, religioso, pio.” Muito embora fossem homens devotos e membros de boa permanência da Igreja Judaica contemporânea, Pedro chamou-os para: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados.” (Atos 2: 38 a). Novamente, estes eram “homens devotos”.
Qual pecado eles tinham cometido para que precisassem se arrepender?
“Pois, que toda a casa de Israel saiba com certeza”, responde Pedro, “que Deus fez esse mesmo Jesus, o qual vós crucificastes, Senhor e Cristo.” (Atos 2: 36).
Pedro estava falando àqueles homens devotos, os quais eram “de todas as nações que estão debaixo dos céus”, e estavam reunidos em Jerusalém para celebrar o Pentecostes. Eles não estiveram presentes quando Jesus foi crucificado, no entanto, como membros de boa permanência na Igreja Judaica, eles eram incorporadamente responsáveis pela morte de Cristo. Houve ainda uma provação para eles se arrependerem e Pedro os chamou para tanto. E arrependeram-se. (Atos 2: 37 e 38).
No entanto, para a liderança da Igreja não havia mais provação. A casa deles tinha sido “deixada deserta” (Mateus 23: 38). Mais tarde, quando Pedro foi chamado diante da liderança da Igreja Judaica para a pregação no nome de Jesus, ele também os acusou de serem responsáveis pela morte de Cristo – entretanto, Pedro não os chamou para o arrependimento! Por quê?
Porque sendo líderes de uma igreja apostatada, eles tinham passado pelo tempo de provação.
“E aconteceu, no dia seguinte, que seus principais, os anciãos, os escribas, e Anás, o sumo-sacerdote, e Caifás, e João, e Alexandre, e todos quantos eram da linhagem do sumo-sacerdote, reuniram-se em Jerusalém”, relata a Escritura. “E, pondo-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto?” (Atos 4: 5-7).
“Principais do povo e vós, anciãos de Israel”, Pedro, cheio do Espírito Santo respondeu corajosamente.
“Seja conhecido de vós todos [liderança] e de todo o povo de Israel [a Igreja], que em nome de Jesus de Nazaré, aquele que vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome dele é que este homem está são diante de vós todos.” (Atos 4: 8-10).
Perceba que, outra vez, Pedro acusou a liderança da morte de Cristo: “aquele que vós crucificastes” –
todavia, ele não os chamou para o arrependimento! A provação deles tinha passado. Havia, porém, um limite para a misericórdia de Deus para o povo. Foi-lhes dado um período curto de por volta de
quarenta anos para aceitar a verdade do evangelho. Em 70 d. C., os juízos de Deus foram derramados sobre a Igreja Judaica, quando Jerusalém e o templo foram destruídos pelos exércitos de Roma liderados por Tito. A maioria do povo na Igreja Judaica foi morta. Aqueles que sobreviveram foram espalhados em todo o mundo Não havia meio pelo qual a Igreja primitiva pudesse comprometer, ou buscar reconhecimento e aceitação da Igreja Judaica daqueles dias.
Se eles tivessem, poderiam ser destruídos com esta na ruína de Jerusalém. Os Cristãos primitivos tiveram que se separar da Igreja mãe de modo a pregar e praticar o evangelho de Cristo. Ao fim, durante o tempo de angústia, o remanescente também se separará de Babilônia e todas as igrejas denominacionais organizadas. Eles fugirão para o deserto, para lá esperar pela volta do Senhor. (ver O Grande Conflito, “O tempo de angústia”, pp. 613-634).
As Igrejas nos lares na Igreja Apostólica
A primeira Igreja Cristã no tempo dos apóstolos não tinha construções, escolas, hospitais ou outra estrutura visível. Esta Igreja primitiva encontrava-se nas “igrejas nos lares” e, algumas vezes,
abertamente às margens do rio. (Atos 16: 13).
“Da mesma forma, saudai a igreja que está em sua casa”, escreveu o apóstolo Paulo para os Romanos.
“Saudai a Epêneto, meu amado, que é a primícia da Ásia em Cristo.” (Romanos 16: 5).
“As igrejas da Ásia vos saúdam”, escreveu Paulo para os Coríntios. “Áquila e Priscila vos saúdam no Senhor, com a igreja que está em sua casa.” (I Coríntios 16: 19).
“Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia”, redigiu Paulo para a igreja em Colosso, “e Ninfa e à igreja que está em sua casa.” (Colossenses 4: 15).
“E à nossa amada Afia”, escreveu Paulo para Filemon, “e Arquipo, nosso companheiro e para a igreja que está em tua casa.” (Filemon 1: 2).
“Mas se tardar, para que saibas como se comportar na casa de Deus”, redigiu Paulo a Timóteo, “que é a igreja do Deus vivo, o pilar e chão da verdade.” (I Timóteo 3: 15).
Note que o apóstolo Paulo não identifica a Igreja Cristã como uma catedral ou denominação, mas ele saúda “Ninfas e a igreja que está em sua casa” (Colossenses 4: 15b). Assim, Paulo afirmou que a Igreja do Deus vivente é o “pilar e chão da verdade” (I Timóteo 3: 15).
O Espírito de Profecia concorda com Paulo? Sim, não obstante.
“Deus possui uma igreja, ela não é uma grande catedral, nem é um estabelecimento nacional, nem é as várias denominações”, escreve Ellen White, “ela é o povo que ama a Deus e guarda os Seus mandamentos.” (The Upward Look, p. 315).
Isso, é claro, inclui a denominação Adventista do Sétimo Dia. A verdadeira igreja de Deus não é qualquer denominação – “ela é o povo que ama a Deus e guarda os Seus mandamentos”.
Analogia da Igreja Cristã primitiva
É interessante notar similaridades entre a primeira Igreja, a Igreja Apostólica da chuva temporã, e a Igreja Remanescente última, a Igreja da chuva serôdia. Ambas as Igrejas demonstram piedade
primitiva.
“Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra [sete últimas pragas], haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos
apostólicos”, redige Ellen White. “O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos.”
(O Grande Conflito, p. 464).
Os tempos ou as estações
Na formação da primeira Igreja Cristã, os apóstolos estiveram preocupados com os eventos futuros.
Logo antes de Jesus ascender ao céu, eles Lhe perguntaram: “Senhor, restaurará nesse tempo novamente o reino de Israel?” (Atos 1: 6b).
“Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”, Jesus respondeu à questão deles a respeito dos eventos futuros. “Mas, recebereis poder, depois que o Espírito Santo vir sobre vós e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia, e em Samaria e até às partes extremas da terra.” (Atos 1: 7 e 8).
Note que não era o desejo de Cristo que todos os Seus discípulos entendessem os eventos futuros. Por quê?
Porque eles tinham uma missão a realizar. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16: 15).
Mais tarde, por volta do ano 90 d. C., Jesus revelou os eventos futuros para o apóstolo João na ilha de Patmos. (Apocalipse 1: 1).
Depois da ascensão de Cristo, os apóstolos juntamente com um pequeno grupo retornaram para o cenáculo. Lá, eles estavam esperando pelo derramamento do Espírito Santo antes de embarcarem em sua missão de espalhar o evangelho para todo o mundo. “[Jesus] determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes.”
(Atos 1: 4b).
Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro, e Tiago, e João, e André, Filipe, e Tomé, e Bartolomeu, e Mateus, e Tiago, filho de Alfeu, e Simão Zelote, e Judas, o irmão de Tiago. Todos estes perseveraram unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos.
Atos 1: 12-14
Estudiosos do Grego concordam que este era o mesmo cenáculo no qual o Senhor celebrou a última ceia com os doze apóstolos. Perceba que enquanto o corpo principal da Igreja Judaica estava se encontrando no templo durante o período sagrado do Pentecostes, o pequeno grupo do verdadeiro povo de Deus (“o número de nomes juntos era de quase cento e vinte pessoas”, Atos 1: 15b). estava se reunindo em uma cenáculo, e não na corporação Igreja. E eles “perseveraram unanimemente em oração e súplicas.” (Atos 1: 14 a).
A primeira reunião de trabalho na Igreja Cristã
O Senhor tinha dito para a pequena companhia para esperar, mas eles continuaram aguardando? Não.
Eles decidiram ter uma reunião de trabalho. Pedro colocou-se no meio dos discípulos e disse: “Varões e irmãos, a escritura devia se cumprir, que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus.” (Atos 1: 15 e 16).
“Porque foi contado conosco e alcançou obteve parte nesse ministério”, continuou Pedro. “Agora, este homem adquiriu um campo com o galardão da iniquidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.” (Atos 1: 17 e 18).
Assim, nesse encontro de trabalho, Pedro fez um movimento de modo que eles deviam ordenar um novo apóstolo para entrar no lugar de Judas. Muito embora Jesus tivesse escolhido os doze (“ele
escolheu doze, os quais nomeou apóstolos”, Lucas 6: 13), a pequena companhia escolheu dois homens e solicitou do Senhor que escolhesse entre os dois.
“Pois que, dos varões…”, pediu Pedro, “um deles seja ordenado como testemunha conosco da sua ressurreição.” (Atos 1: 21 a e 22b).
A Bíblia registra que: “apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome Justo, e Matias.” (Atos 1: 23). Assim, eles oraram e pediram que o Senhor selecionasse um desses dois varões.
“Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual desses dois tens escolhido”, oraram os apóstolos, “para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas caiu pela transgressão, para que possa ir para o seu próprio lugar.” (Atos 1: 24b e 25).
Então, eles lançaram sorte, “caiu a sorte sobre Matias; e foi numerado com os onze apóstolos.” (Atos 1:26). É interessante notar que Matias é falado como único nesses dois versos: Atos 1: 23 e 26. Matias não é mencionado novamente na Escritura!
Todavia, foi Matias a escolha do Senhor para ser numerado entre os doze? Lembre que durante seu ministério entre os homens, Jesus escolheu os doze. (Lucas 6: 13). Eles escolheram dois homens, então pediram ao Senhor para selecionar um dos dois. Se Matias não fosse a escolha de Deus, então, ore e diga, qual foi a escolha do Senhor?
“Paulo, apóstolo, não por homens, nem por homem”, registra as Escrituras, “mas por Jesus Cristo, e Deus, o Pai, que o ressuscitou dos mortos.” (Gálatas 1: 1).
“Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado de apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus”, escreveu Paulo aos Coríntios. “Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, mas eu trabalhei muito mais abundantemente do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus que está comigo.” (I Coríntios 15: 9 e 10).
Note as nove Escrituras seguintes que confirmam o apostolado de Paulo:
1. Chamado para ser apóstolo (Romanos 1: 1);
2. Chamado para ser apóstolo de Jesus Cristo por meio da vontade Deus (I Coríntios 1: 1);
3. Um apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus (II Coríntios 1: 1);
4. Um apóstolo, não de homens, nem por homem, mas por Jesus Cristo, e Deus, o Pai (Gálatas 1: 1);
5. Um apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus. (Efésios 1:1);
6. Um apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus. (Colossenses 1: 1);
7. Um apóstolo de Jesus Cristo pelo mandamento de Deus, nosso Salvador, e o Senhor Jesus Cristo. (I Timóteo 1: 1);
8. Um apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus. (II Timóteo 1: 1);
9. Um apóstolo de Jesus Cristo. (Tito 1: 1).
“Mas, eu vos certifico, irmãos, que o evangelho que por mim foi pregado não é segundo homem”, escreveu Paulo para os Gálatas. “Porque não o recebi de homem, nem o aprendi de homem, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1: 11 e 12).
Os doze fundamentos da Cidade Santa
No Apocalipse, o apóstolo João viu a cidade santa de Deus, a nova Jerusalém, descendo de Deus do céu (Apocalipse 21:2).
Esta cidade tinha doze fundamentos sobre os quais estavam escritos os nomes dos doze discípulos. (Apocalipse 21: 14).
Agora, a questão é: Qual nome estará nesse fundamento? Estará
“Judas Iscariotes, aquele que o traiu”? (Mateus 10: 4). Não, não podemos acreditar que o nome de Judas Iscariotes não estará sobre o fundamento da cidade santa de Deus. Existem doze fundamentos e devem existir doze nomes. Estará o nome de Matias sobre o fundamento para tomar o lugar de Judas quando ele não é mencionado novamente na Escritura? Será o nome inscrito sobre o fundamento da cidade santa de Deus o do apóstolo Paulo? Querido leitor, o nome sobre o fundamento da cidade de Deus deve ser o nome: “Paulo, apóstolo, não de homens, nem por homem, mas por Jesus Cristo, e Deus, o Pai, que o ressuscitou dos mortos.” (Gálatas 1: 1).