No tempo que Jesus nasceu em Belém, a Igreja tinha desenvolvido uma estrutura “hierárquica” completa. A Igreja era governada pelo Sinédrio, uma Conferência Geral. Esta Igreja não tinha escolas, mesmo escolas de “alto aprendizado”, hospitais, construções de igreja e outras estruturas visíveis.
Esta Igreja tinha um templo glorioso – todavia a Arca da Aliança contendo os dez mandamentos, escritos pelo dedo de Deus, foi perdida e como um resultado, a glória do Senhor tinha se afastado! (Lucas 13:35). Não considerando esse fato, o povo adorava o templo. A Igreja era o Deus deles.
“Os judeus adoravam o templo”, escreve Ellen White, “e se deixavam tomar de maior indignação por qualquer coisa que se dissesse contra o edifício do que se falado fora contra Deus.” (Primeiros Escritos, p. 198).
Muito embora o Sinédrio Judaico não tivesse o poder da morte, tinha o poder de perseguir qualquer um que se opusesse à sua autoridade eclesiástica. Como o Papado, a grande apostasia logo seguida, o Sinédrio procurou o poder do estado para obrigar seus homens – criou dogmas sobre o povo.
“Cristo devia ser julgado formalmente perante o Sinédrio; mas perante Anás foi submetido a um julgamento preliminar”, redige Ellen White. “Sob o governo romano, o Sinédrio não podia executar a sentença de morte. Só podia interrogar um prisioneiro, e dar a sentença para ser ratificada pelas autoridades romanas.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 698).
“Era, portanto, preciso apresentar contra Cristo acusações que fossem consideradas criminosas pelos romanos [ou Estado]”, continua Ellen White. “Também era preciso achar uma acusação que O condenasse aos olhos dos judeus [ou Igreja].” (O Desejado de Todas as Nações, pp. 698 e 699).
Paralelos inegáveis
“Não poucos entre os sacerdotes e príncipes ficaram convencidos, pelos ensinos de Cristo; unicamente o temor da excomunhão os impedira de confessá-Lo…”, escreve Ellen White. “O julgamento devia ser dirigido de maneira a unir contra Cristo os membros do Sinédrio [Conferência Geral].” (O Desejado de Todas as Nações, p. 699).
Hoje, quantos há que, por causa do “temor da excomunhão” guardam a si de confessarem a verdade?
Muitos acreditam no Adventismo histórico, todavia são temerosos em falar. Muitos líderes e ministros acreditavam na verdade Adventista histórica da passada década de 50, entretanto tiveram medo de falar e deixaram o irmão M. L. Andreasen permanecer sozinho. Mas, qual o conselho do Espírito de Profecia sobre este ponto?
“Se Deus detesta um pecado sobre outro, do qual Seu povo é culpado, é por não fazer nada em caso de emergência”, alerta Ellen White. “Indiferença e neutralidade em uma crise religiosa é considerada por Deus como crime atroz e igual ao pior tipo de hostilidade contra Deus.” (Testemunhos para a Igreja,
Volume 3, p. 280).
“Duas acusações desejavam os sacerdotes manter”, continua Ellen White. “Se se pudesse provar que Jesus era blasfemo, seria condenado pelos judeus [a Igreja]. Se culpado de sedição [deslealdade, traição], isso garantiria a condenação por parte dos romanos [o Estado].” (O Desejado de Todas as Nações, p. 699).
Acusado de iniciar uma ramificação da Igreja oposta ao Estado “A segunda acusação procurou Caifás [Presidente da igreja judaica] estabelecer…”, explica Ellen White. “Pensava tirar alguma declaração, provando que Ele [Cristo] estava procurando fundar uma sociedade secreta, com o intuito de estabelecer um novo reino [governo]. Então os sacerdotes O poderiam entregar aos romanos como perturbador da paz e cabeça de insurreição.” (O Desejado de
Todas as Nações, p. 699).
O Salvador punha em contraste Sua maneira de agir, com os métodos de Seus acusadores. Durante meses O perseguiram, procurando enlaçá-Lo e levá-Lo perante um tribunal secreto, onde poderiam obter por falso juramento o que era impossível conseguir por meios justos. Agora levavam a efeito seus desígnios.
A prisão à meia-noite por meio de uma turba, as zombarias e maus-tratos antes de Ele ser condenado, ou sequer acusado, era a maneira de eles procederem, não a Sua. O ato que praticavam era uma violação da lei. Suas próprias leis [Manual da Igreja] declaravam que um homem devia ser tratado como inocente até se provar culpado. Em face de seus próprios regulamentos, eram os sacerdotes condenados.
Ellen White, “Diante de Anás e da Corte de Caifás”, O Desejado de Todas as Nações, p. 699.
“Era necessário que houvesse a forma de um julgamento legal”, continua Ellen White. “Este as autoridades estavam decididas a apressar.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 703).
Perceba que esse método desviado de lidar com um “dissidente” era a política da mais alta liderança da Igreja. Hoje, vemos estes mesmos princípios praticados pela “pretensão abusiva de autoridade” dela.
Cristo previu que o fato de acatar da autoridade a que se entregavam os fariseus e escribas não cessaria com a dispersão dos judeus. Com o olhar profético viu a obra de exaltação da autoridade humana, com o fim de reger a consciência, a qual tem sido para a igreja uma tão terrível maldição, em todos os tempos. E Suas tremendas acusações aos escribas e fariseus, bem como as advertências ao povo para que não seguisse aqueles guias cegos, foram registradas como aviso às gerações futuras.
Ellen White, O Grande Conflito, p. 596.
Foi porque a liderança da Igreja no tempo de Cristo tinha se desenvolvido em uma forma de governo falsa e hierárquica e porque a liderança praticou a “pretensão abusiva de autoridade” que Jesus declarou: “Vede, vossa casa ficará deserta.” (Mateus 23: 38). Ellen White afirmou que as advertências de Cristo “foram registradas como aviso às gerações futuras.”